“Vamos parar o Rio Grande do Sul e o Brasil no próximo dia 22 e fazer um grande dia nacional de lutas, protestos e paralisações para virarmos o jogo contra os golpistas que querem retirar direitos da classe trabalhadora”, afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, na manhã desta terça-feira (13), durante a plenária estadual de mobilização da CUT-RS, no auditório do Sindipolo, no centro de Porto Alegre.
Segundo Claudir, “precisamos orientar a população a não sair de casa no dia 22, a menos que seja para participar das manifestações dos trabalhadores e das trabalhadoras”. Haverá concentrações nas garagens dos ônibus, a partir da madrugada, seguidas de colunas que se deslocarão em caminhada para o centro da capital. “Temos que repetir esse modelo nas principais cidades do interior gaúcho”, apontou. A mobilização será um esquenta para a greve geral contra a retirada de direitos.
De acordo com ele, o golpe militar de 1964 também foi para barrar os avanços. “Hoje, vivemos novamente um golpe, mas desta vez midiático, parlamentar, judiciário e empresarial, que tem o mesmo objetivo: acabar com direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, que foram conquistados a duras penas”.
O dirigente da CUT-RS salientou ainda a importância da comunicação e do trabalho de base para desalienar e esclarecer os trabalhadores e as trabalhadoras sobre os interesses que estão por trás do golpe. “Se a gente não informar, vamos passar para a história como dirigentes sindicais bundões e acovardados”, disse Claudir.
“Muita gente já está meio desconfiada sobre o golpe, mas ainda não caiu a ficha, não tem noção de tudo o que está em risco e, por isso, precisamos informar. Os ataques que estamos sofrendo não vão sair na Globo”, enfatizou.
Próximos passos
Na próxima sexta-feira (16), às 9h, será realizada uma plenária das centrais sindicais, no auditório da Fetrafi-RS (Rua Fernando Machado, 820), no centro da capital gaúcha. O objetivo é ampliar a organização do dia nacional de lutas.
Já os metalúrgicos de todo o Brasil vão realizar, no próximo dia 29, o chamado Dia Nacional de Paralisação em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra as reformas articuladas pelo governo golpista de Michel Temer, empresários e seus aliados no Congresso Nacional.
Unidade das forças políticas
Representantes das forças políticas que integram a direção da CUT-RS também se manifestaram, destacando a importância da unidade e o papel que a entidade tem desenvolvido, além de apontarem desafios e medidas para intensificar a resistência contra os ataques dos golpistas.
A servidora federal Eleandra Raquel da Silva Koch, da Articulação de Esquerda, disse que a crise é fruto das “conquistas do nosso projeto e também das deficiências, como não ter feito todas as reformas necessárias”. Para ela, a CUT tem papel fundamental neste momento de protagonismo na defesa dos direitos da classe trabalhadora.
Representando a CUT Socialista e Democrática (CSD), o petroleiro Dary Beck defendeu a realização de uma nova campanha Diretas Já. “Esse governo é corrupto e ilegítimo, pois não foi eleito. Vamos fortalecer as nossas mobilizações para desestabilizar esses golpistas”, disse.
Fonte: CUT-RS